terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre aeroportos...


Sempre tive fascinação por aeroportos
Não só pelo fato de lá conter aviões, o que pra mim é uma das melhores invenções humanas, mas sim por ver os rostos de todos que trafegam ali...
A ansiedade daqueles que esperam seus entes queridos retornar de uma longa viagem... dos amantes que se despedem com um beijo intenso, como se fosse o último, por que ficarão separados por uns dias e mal podem esperar para se reencontrar... da mãe que deixa o filho viajar sozinho pela primeira vez e fica com o coração na mão de receio de ver que seu filhinho ora tão pequeno agora vai sozinho a outro país...
Aquela moça bonita com o cartaz com um nome de um estrangeiro que saiu de seu país especialmente para conhecê-la e não havia o visto pessoalmente ainda e conversavam apenas pela Internet, e aquele sorriso ao ver que seu rosto era tão lindo quanto ela pensava e que a beleza é relativa aos olhos de quem vê...
Daqueles executivos com pressa que já estão tão acostumados a pegar avião para seu trabalho que não expressam prazer... em contraste com aquele mochileiro que com suas bugigangas penduradas sorri e não tem ninguém a sua espera, ninguém além de um novo país a ser descoberto e que ele está pronto para explorar...
E hoje estou aqui correndo pelos corredores, estou atrasada, tenho que me despedir de um amigo... estou atrasada por que vim de ônibus, a correria nem me permitiu entender que essa é uma despedida, até que meus olhos fitam o seu e corro para o seu abraço... enquanto tiramos as últimas fotografias no aeroporto uma música familiar toca dentro do meu coração... e começa a ficar apertado enquanto ele se despede das outras pessoas que estão com a gente... E ele com aquele jeito lindo me olha e estica os braços para que eu possa me envolver no seu abraço... não consigo e começo a chorar... ele pede que eu não chore, mas tal tarefa tão difícil se torna impossível porque não queria que ele já fosse tão rápido... e ao encostar meu corpo no dele é como se ouvisse a batida de nossos corações... Porque toda despedida é tão dura? E o mundo pára por alguns instantes enquanto o abraço... aquele traço de dor, me traz um pouquinho de vontade de ficar mais um pouquinho, mas ele tem que ir... então eu digo até logo e nunca adeus... E meus olhos cheios de lágrimas percorrem o saguão até ele sumir no corredor... Se um poeta estivesse vendo isso, como descreveria? Nessas divagações sobre as histórias de quem está nos aeroportos, encontrei mil, mas ao viver uma história no aeroporto, uma história é mais que o suficiente para expressar que nunca estamos prontos para deixar alguém partir...

Um comentário:

Ana... disse...

Vou comentar longamente este texto.
Mas hj não, tô com uam preguiça da peste mano!