domingo, 8 de fevereiro de 2015

Comer, rezar e amar...

Quem nunca se sentiu perdido na vida
Quem nunca um dia se viu infeliz em busca de algo ou mudanças das quais  nem sabe como fazer???

Esse filme trata disso, uma mulher em busca de sentir-se viva, em busca de encontrar prazer de viver, equilíbrio e harmonia... olhando assim parece meio chato, mas esse filme me colocou a pensar...
Diariamente nos afogamos nas armadilhas do cotidiano, sem perceber nos deixamos afundar e nada do que fazemos nos dá aquele gosto, aquela sensação de alegria...

No filme o guru dela pergunta se ela ainda sorri com o fígado... Quando foi a última vez que você sorriu com o fígado? Quando foi a última vez em que se sentiu equilibrada? Bom, não tenho o privilégio de dizer que faço isso sempre, mas sim, já vivi isso algumas vezes... mas o ideal não era que o cotidiano fosse assim? O ideal não seria que a vida nos maravilhasse a cada instante?? Porque para nós essa realidade parece distante e difícil?
Não está ligado aos fatores materiais, mas eles são importantes para que consigamos nos proporcionar estar em lugares, experimentar coisas e conhecer pessoas...

Mas o ponto que me chamou atenção no filme foi que uns dos nossos maiores desequilíbrios partem dos amores que vivemos e em meio a esse caos, tudo que tentamos é encontrar alguém que divida conosco os momentos de prazer, alegria, que nos encha de vontade de viver, que nos desafie, que nos segure pela mão quando as coisas ficarem ruins e difíceis... Alguém que nos note, que testemunhe a nossa existência nesse mundo tão grande e cheio de vida... Somos seres sociais, precisamos de outros seres humanos para reconhecer no outro a nossa própria humanidade... 
Bem no início do filme ela está assistindo uma peça teatral e a atriz no palco diz a seguinte frase:

<<>>eu desapareço na pessoa que eu amo, a ponto de te dar qualidades fantásticas que você nunca viu em si mesmo. Se estiver comigo você terá tudo: meu tempo, meu dinheiro, o dinheiro do meu cachorro até eu ficar esgotada. Esgotada ao ponto de só conseguir me reencontrar no amor de outro homem,,,

Essa frase me deixou perplexa, nessas pequenas linhas me senti definida na minha forma de amar, não sei se isso é bom ou ruim e nem quero aqui ser julgada, mas essa capacidade de entrega, mesmo depois de tanto coração partido não é algo que se consegue facilmente... Porque as pessoas tem tanto medo de amar ou se deixar ser amado? Porque as pessoas temem tanto algo que elas querem tanto alcançar?

Porque reconhecer essa vulnerabilidade da idéia falsa de auto-suficiência, de admitir que se precisa do outro num mundo repleto de pessoas imperfeitas inclusive a si próprio é assustador! E por que não seria? Os seres humanos sonham com a liberdade, mas não conseguem admitir suas fraquezas, suas vulnerabilidades, pois ao fazerem isso acreditam que estão sendo fracos ou se colocando em risco... mas encontrar alguém que queira partilhar essa questão com você e te acolher e ser acolhido... está ai a grande perfeição do que se chama amor.

Ao final do filme ela tenta se afastar do amor por medo de perder o equilíbrio que encontrou na sua trajetória de busca e seu guru solta essa belíssima frase:

<<>> às vezes perder o equilíbrio por amor é a maneira de viver de forma equilibrada.

Se lançar e se permitir amar e ser amado, parece assustador, pois não podemos prever o que será no final, isso que torna tudo assustador. Essa ideia de controle, essa ideia de que se pode definir e prever as coisas é que nos amarra na vida... agradeço a oportunidade de fazer essa reflexão... ainda estou na minha busca... espero um dia desses poder concretizar e materializar essa jornada...

Até lá, sigo caminhando...