terça-feira, 27 de abril de 2010

O chôro da criança maltrapilha
no colo da mãe febril,
mãe ferida, corrompida pela dor do desespero...

PROSTITUÍDA...

A erva que acalma a dor sobre a mesa,
o copo sujo de cerveja é um reflexo de sua existência

MÍNIMA...

As crianças gritam pelo leite que acabou,
os seios murchos, a boca sêca de tanto trabalhar
e esperar pela mudança...

ESPERAR...

Do seio onde o bebê mama tem sangue fino, raso...
o cheiro do esgoto lembra que a morte está na porta
Esperando...

A depressão cotidiana, velha amiga dessa solidão sem fim
eis que a vida e o tempo cortam os laços da guerreira...
Prostituída, mínima, sua espera acabou
e ela pôde então sorrir
mas os bebês eternamente vão chorar...

Nenhum comentário: